BlindTec 22 – JAWS 18, Orbit Reader e novidades Apple

Salve, galera!

Nesse episódio, Marlon Sousa (splyt) repercute os comentários dos ouvintes sobre a review do uso do guia de voz das TVs Samsung e aproveita para colocar a numerosa e acumulada correspondência do portal em dia.

Além disso, as principais notícias do mundo da tecnologia assistiva são comentadas de forma leve e descontraída, sem contudo deixar de ser opinativa.

Na pauta, falamos sobre JAWS, Linhas braille a custo acessível, as últimas estripolias da Apple e muito mais!

Como sempre, esperamos por seus comentários e opiniões sobre os assuntos discutidos.

Confiram o episódio e boas novidades informativas para todo mundo!

Notícias

Dedos, entrem em ação!

E parece que a linha braille de 20 células que custará menos de USD 500,00 vai ser uma realidade.

Permitindo ler e editar textos gravados em cartão de memória e pareamento com os principais leitores de tela do mundo ou com drivers próprios ou simulando a linha Versa Braille, o Orbit Reader tem tudo para ser um grande sucesso.

No episódio 17 do podcast nós havíamos repercutido o possível lançamento desse produto, mas ainda havia muita incerteza sobre se e quando ele seria disponibilizado.

Entretanto, agora temos o manual oficial do produto, o que sinaliza que ele é muito mais verdade do que expectativa nesse momento.

Tubarões de lupa, sentido!

Vamos conversar

A versão 18 do JAWS vem, como não poderia deixar de ser, com uma forte integração com o principal ampliador de telas existente hoje, o Zoom Text.
Com a fusão das duas fabricantes, não se esperava outra coisa que não fosse essa interoperabilidade e, aparentemente, os rapazes conseguiram trabalhar duro para fazer isso acontecer já nessa versão.

Segundo a Freedom Scientific o JAWS tem integração total com o Zoom text, indo a ponto de gerenciar a parte de fala do ampliador se ambos estiverem ativos e permitindo a este acompanhar a operação da tela no cursor virtual e também no modo say all.

Vamos todos para a mesma página

O merge utility foi completamente redesenhado e agora permite a importação de configurações e a exportação também.

Uma boa notícia é que será possível escolher quais configurações queremos exportar e o resultado final é um único arquivo que pode depois ser importado em outras instalações do leitor.

Se você, portanto, trabalha em algum lugar com várias instalações de JAWS e precisava até agora configurar tudo de maneira manual, pode comemorar, isso é claro se todas as versões estiverem na 18 …

Tenta me pegar, rapá!

Além disso, algum tempo depois do NVDA e muito tempo depois do VoiceOver, a última versão do JAWS trás suporte a audio ducking (quando o volume do sistema baixa para permitir ao leitor de telas falar em primeiro plano) e, já que estamos falando de recursos já há muito tempo disponíveis na concorrência,, agora também é possível ativar o JAWS via botões quando ele estiver sendo usado em tablets com o Windows 10.

Ratos, saiam dos sapatos!

Quem tem baixa visão ou gosta de brincar de explorar a tela como eu vai ficar contente ao saber que agora o JAWS consegue ler o que está abaixo do ponteiro do mouse, como já fazem o VoiceOver para Mac e o NVDA também.

Só que no caso do JAWS é possível, entre outras coisinhas, fixar um dos eixos enquanto você move o mouse pelo outro, o que vai facilitar muito a vida de quem tem umas dificuldades para mover objetos exatamente em linha reta …

Me toque de forma mais eficiente

Melhorias de desempenho também foram feitas na parte touch, o que vem em muita boa hora visto que o uso de tablets com Windows vem se popularizando.

Vamos navegar

Por fim, melhor suporte a diálogos em páginas web e a elementos da especificação wai-aria vão ajudar os usuários a navegar de forma mais consistente em páginas web complexas.

Maçãs estripadas, avante!

A Apple fez seu evento no finalzinho de Outubro de 2016.

Abertura

E o assunto de abertura do evento foi (rufem os tambores! ) .. acessibilidade!

A Apple, que em 2016 lançou seus novos sistemas sem praticamente nenhum bug grave de acessibilidade também estreou uma nova página , onde tudo o que rola sobre esse assunto na empresa da Maçã está registrado.

Também há menções de outras páginas que a Apple educadamente fez, dentre elas a AppleVis e sim eu vi a Apple reconhecer qualquer coisa fora do seu próprio mundo.

Mas por que eu?

Muita gente se pergunta a razão de a acessibilidade estar em tanto destaque pelos lados da empresa da maçã.

As razões exatas eu também desconheço, mas é fato que depois do ato da NFB explicitamente reclamando, com alguma razão, da acessibilidade estar cada vez mais deteriorada pelos lados da Apple nós tivemos histórias de engenheiros cegos trabalhando por lá e, de qualquer modo, o número de bugs de acessibilidade nas últimas atualizações foi quase nenhum. Vamos esperar que as coisas continuem assim, em uma tendência de estabilidade e, por que não sermos otimistas, até de melhora.

.. É que eu quero evitar a fadiga

Se alguém da Apple assistia chaves quando criança eu desconheço, mas estão trazendo o princípio Jaiminho para a Apple TV.

Não entende como? A gente explica: foi anunciado que para os Estados Unidos inicialmente um novo aplicativo chamado TV será lançado para a Apple TV.
O objetivo desse aplicativo é se logar em todos os outros apps de streaming de vídeo para os quais você tem conta e pesquisar ou exibir o que você está pedindo através deles de modo que, ao menos na teoria, você apenas precise abrir o app TV para assistir a qualquer coisa que quiser.

Preparem o machado, o facão e o serrote!

A Apple anunciou um redesign completo da linha de Mac Books. Além de mais memória, mais capacidade no SSD, tela melhor (bla bla … ), temos muitas facadas e cortes por aí.

Em primeiro lugar, as teclas de função (f1, f2, … ) da linha mais avançada dos Mac Book Pro foram cortadas, removidas, estripadas … e no lugar há uma simpática barrinha chamada de touch bar.

Em segundo lugar, a Apple cortou todos os conectores dos novos Macs, menos o conector padrão de áudio que o restante do mundo todo ainda está usando. Sem USB padrão, sem HDMI, sem Mag Safe, sem qualquer outra coisa. Corta tuuudo, meu amigo.

Em terceiro lugar, a Apple cortou o Mac Book air … sim, é isso mesmo, oficialmente o Mac Book Air deixou de existir. Claro, os que ainda estão por aí e são minimamente parecidos com o restante do mundo continuarão a ser suportados e outros estão sendo produzidos, mas ninguém sabe até quando ambas as coisas irão continuar.

Em quarto lugar, o preço dos Macs subiu. E isso até pode não ter nada que ver com corte, mas o novo preço é uma verdadeira facada, como é evidente.

E o que restou?

No lugar de todos os conectores, a Apple está mandando a linha avançada dos Mac Books Pro com quatro portas USB C, ainda não compatíveis com quase nada, nem sequer com os cabos das linhas 7 e 7 plus dos iPhone’s. Mas sempre há adaptadores, claro. A .. em tempo: você terá que usar uma das quatro portas para carregar o computador.

Já a linha mais básica de Mac Books Pro não sofreu tantos cortes, mas há apenas duas portas USB C e uma delas você terá que usar para carregar o computador. As teclas de função para essa linha estão mantidas.

Por fim, o famoso touch id, que te permitirá encostar um dedinho em um leitor e não ter mais que digitar senhas e essas coisas está agregado possivelmente ao botão power da linha mais avançada dos Mac Books, com a linha básica ficando como sempre foi.

Você me faz sentir borboletas

Outra coisa que mudou, e para todas as linhas, é o teclado que ficou menor, mais compacto e com funcionamento similar ao do aptic feedback usado nos iPhone’s após o 6 S para dar a ilusão de movimento.
Gente tentou e gostou, gente tentou e não gostou, e a gente só vai saber quando colocar as mãos em um deles.

Nós e nossos 25 dedos

A Apple anunciou como funcionará os comandos que envolviam as teclas de função para o VoiceOver.
Para ativar ou desativar, pressionar fn e dar três toques no botão do touch id.
Demais comandos deverão ter as teclas de f1 até f10 substituídas pelos números de 1 a 0 (não me perguntem o que acontece com f11 e f12 … ) porém com a tecla fn pressionada.

Isso parece corroborar o pensamento que a Apple tem sobre o estranho fenômeno de todo cego ter ao menos 25 dedos. Porque acrescentar mais uma tecla ao número excessivo delas que determinados comandos do VoiceOver já ocupam é sacanagem, mesmo eu não tendo uma idéia melhor.
Por exemplo, JAWS KEY + – do teclado numérico costumava ser traduzido (de forma livre) para ctrl + option + shift + f5 (sim, horrível dessa forma mesmo) e agora vai ficar ainda mais divertido … algo como ctrl + option + fn + shift + 5 …. a eu acabei de ter uma idéia melhor: compra um teclado bluetooth e seja mais feliz rs.

Para a touch bar, os comandos bem conhecidos de quem usa o iOS devem funcionar da mesma forma.

E acabou

Se você chegou até aqui, está informado e, espero, deu ao menos algumas risadas. Muito obrigado pela leitura, confira o podcast (porque aqui apenas estamos fazendo um resumo) e até a próxima!

fontes

página do Orbit Reader
Artigo da Blind Bargains falando sobre o manual do Orbit Reader
Página das novidades do JAWS 18
Página do FSCast, podcast oficial da Freedom Scientific – ouvir episódios 131 até 133.
Nova página de acessibilidade da Apple
Resolução da NFB sobre os problemas de acessibilidade da Apple
Artigo sobre a engenheira cega que trabalha na Apple
Artigo da AppleVis sobre o evento que a Apple realizou no final de Outubro de 2016

Artigo do site iaccessibility.net sobre os novos comandos do VoiceOver para Mac com a touch bar

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3 comentários

  • Esclarecendo melhor como funciona o chromecast:
    A versão do aplicativo chromecast para android que agora chama-se home tem três funções básicas:

    1. Configurar o chromecast.

    2. Transmitir o conteúdo seja áudio ou vídeo (obviamente o chromecast áudio só transmite áudio).
    Quando uso a função de transmitir de um aplicativo que seja compatível com esta função, depois de transmitir posso usar meu aparelho para fazer qualquer outra coisa, posso até desligar o aparelho que o conteúdo que mandei transmitir continuará sendo executado na tv do mesmo modo, pois o chrome cast recebeu um comando de transmissão pelo wifi e o aplicativo do youtube por exemplo será executado internamente no próprio chrome cast.

    3. Espelhar a tela do aparelho, não interessa em que tela ou aplicativo esteja navegando no aparelho, tudo será visualizado na tela da tv.
    Quando o aplicativo não tem a função de transmitir terei de usar a função de espelhar a tela, quando uso essa função até o som do leitor de tela é espelhado na tv. Nesta função toda a tela do aparelho aparece na tv e obviamente como estou espelhando não posso desligar o aparelho pois o que aparece na tela da tv depende do que estou visualizando no meu aparelho.

    4. O aplicativo do chrome cast para ios não tem a função de espelhar.

    5. O navegador Google Chrome para windows tem as mesmas funções do aplicativo para android, sites como o youtube, net flix, facebook já tem na sua interface o botão para transmitir para o chromecast, assim como no smartphone, posso desligar o computador que o conteúdo ficará sendo reproduzido normalmente na tv.
    Os sites que não tem esta opção posso espelhar e também posso espelhar a área de trabalho do computador.
    Obs: a janela de diálogo de transmissão e de espelhamento para a tv no chromecast no navegador Google Chrome para windows recomendo usar o NVDA, pois este leitor lê melhor estas opções.

    6. Outras informações:
    6.1 Quando estou assistindo a tv aberta e envio uma transmissão para o chromecast na tv automaticamente a tv muda do modo tv para o modo HDMI;
    6.2 Quando envio uma transmissão com a tv desligada, considerando que a pessoa sempre mantém o crhomecast plugado na tv, a tv é ligada automaticamente e o conteúdo passa a ser transmitido na tv;
    6.3 Posso usar os controles multimídia do controle remoto para tocar/parar ou avançar/voltar o que está sendo reproduzido.

  • Olá equipe do BlindTec, tranquilos?

    Marlon, em dado momento você citou o nome do Magoo e espero que seja o mesmo Magoo que fez parte do Papo Acessível junto comigo em uns anos atrás. Como ainda não ouvi os episódios antigos, fiquei na dúvida.

    Também foi falado sobre a migração de JAWS para o NVDA. Eu sou professor de informática em uma associação que atende pessoas com deficiência visual e usamos o JAWS por um longo tempo, até ficar inviável a manutenção das licenças pelo alto custo citado no programa.

    Fizemos a troca pelo NVDA e olha, tivemos uma transição bem mais suave do que imaginaríamos inicialmente.

    Claro que para nosso público, que normalmente são pessoas com pouco contato com a informática, o NVDA resolve praticamente todos os problemas e necessidades. No entanto, um usuário mais técnico pode sentir falta de alguns recursos e/ou facilidades que o JAWS dispõe.

    Bom, é isso aí. Até a próxima.

    • Olá Ricardo,

      Sim o Magoo que apresenta comigo o Blind HighTech é exatamente ele.

      Quanto ao JAWS e o NVDA, vou escrever um artigo sobre umas diferenças em algum tempo, mas valeu por comentar o assunto.

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