BlindTec 28 – aumentando sua autonomia com o uso do aplicativo Be My Eyes

Salve, galera!

Neste episódio, Marlon Sousa (splyt) reflete com os ouvintes a respeito do jogo envolvendo notícia, opinião e percepções na produção de um podcast e demonstra o aplicativo Be My Eyes, que pode te ajudar a sair de boas enrascadas ou apenas ser um atalho rápido e eficiente para aumentar a sua produtividade e a sua qualidade de vida.

Além disso, repercutimos comentários de leitores e ouvintes e, claro, pincelamos as mais recentes notícias do mundo da tecnologia assistiva.

Fiquem ligados no episódio e uma excelente produtividade para todo mundo!

Notícias

Acessibilidade!

E o site acessibilida.de, desenvolvido pelo Marcelo Sales, está no ar. Como seu próprio nome diz, este é um espaço dedicado a quem quer entender tudo sobre desenvolvimento acessível para web, produzido e mantido por profissionais da área e em bom português.

Jogos, queremos jogos!

Parece, a despeito da minha opinião que estava errada, que os desenvolvimentos para a linha Blindfold de jogos acessíveis no iOS continuam firmes e fortes. A comunidade de gamers cegos deu uma boa chacoalhada quando o desenvolvedor anunciou que pararia de desenvolver os títulos, pois para simplificar a Apple havia considerado os quase oitenta games disponíveis como sendo todos similares, o que viola uma nova regra para desenvolvedores desta plataforma. Apesar de a empresa da maçã tipicamente pouco ligar para protestos, parece que o ativismo neste caso deu resultado e conseguiu-se explicar aos gringos de Cupertino que, pasmem, focinho de porco e tomada são bem diferentes. Final feliz e inesperado para este caso, e menos um desenvolvedor abandonando a produção de games para deficientes visuais.

Alerta, concorrência para linhas braille em maior risco

Isso porque, como repercutimos em um vídeo faz algumas semanas, a Baum, fabricante de linhas Braille Alemã, está em processo de concordata. Continuamos a acompanhar esta situação de perto e informamos quando existirem novos desdobramentos.

Novidades do NVDA

E a versão 2017.4 RC1, mesma versão a ser disponibilizada de maneira oficial como 2017.4 a não ser que algo muito grave seja detectado, já está disponível, trazendo algumas novidades quentes, tais como o suporte ao modo x86 emulado para processadores ARM 64 o que, em teoria, fará com que o leitor possa ser usado em tablets com o Windows 10.

Seja meus olhos!

Demonstramos, no episódio, uma sessão de uso do aplicativo Be my eyes. Mais detalhes, incluindo links para download nas plataformas Android e iOS, podem ser encontrados no site do desenvolvedor (em inglês).

Ainda o caso do Firefox 57

Refletimos bastante no podcast sobre notícia, opinião e percepções. Há pessoas nos relatando que o Firefox 57 está muito ruim, outras relatando que está muito bom. Qual é a verdade?
Neste caso, diria que a verdade não existe, pois é a percepção e as particularidades de cada um que dizem se, de fato, um software, ou qualquer outra coisa, está ou não boa para ser usada. Mas, então, como podcasts como este que fazemos conseguem existir, se é praticamente impossível que todas as percepções sejam levadas em conta?
Para explicar melhor, deixem-me contar a história de como este caso começou a ser investigado e como decidimos que ele deveria ser noticiado.
O em cômodo com a versão 57 do Firefox me surgiu muito tempo atrás, não foi algo que eu li mas sim que eu senti. Comecei a testar o beta faz cerca de 25 dias. Como eu contei no episódio anterior, a lentidão começou a me incomodar, mas como a versão do Firefox ainda era beta, a possibilidade maior é que o problema estivesse relacionado a alguma coisa específica com meus hábitos de uso ou mesmo com minha percepção do caso.
Quando fazemos um podcast de tecnologia assistiva para pessoas não técnicas, precisamos escolher entre duas linhas: podemos ser completamente pessoais, fazendo quase que um blog falado, ou podemos ser mais imparciais, quase como se fôssemos jornalistas.
Escolhemos para o portal BlindTec um mix das duas, tendendo mais para a segunda ao dizer os fatos e, por vezes, opinando pelo nosso ponto de vista, como no caso dos gestos via finger print para Android que eu noticiei e depois opinei no episódio anterior.
Entretanto, no caso do Firefox 57, eu ainda tinha uma pulga atrás da orelha. Decidi, então, perguntar na lista de desenvolvedores do NVDA se por acaso meu incômodo tinha par com os demais usuários. E qual não foi a minha surpresa quando não só outros membros da lista relataram o mesmo fenômeno como os próprios desenvolvedores do NVDA também disseram que fazia sentido do ponto de vista técnico a lentidão! Coincidentemente, a Freedom Scientific publicou alguns dias depois em seu blog um artigo muito coincidente com minhas desconfianças, em que eles explicavam mais claramente todas as implicações técnicas que levariam a versão quantum da raposa flamejante a não ser exatamente aconselhável para uso conjunto com leitores de tela. Parecia mesmo que meu feeling estava correto.
Já não era mais apenas uma percepção minha, pois os relatos de todas as partes envolvidas, a saber, as duas fabricantes de leitores de tela para Windows, davam conta de que de fato seus usuários precisavam ser alertados.
Para este caso, ainda faltava um envolvido se posicionar: a Mozilla. Decidi publicar o podcast mesmo assim, por já ter evidência suficiente. A questão do Firefox 57 era apenas uma notícia de fundo com a demonstração do seeing AI sendo o maior destaque. Ainda daria tempo de soltar um vídeo corrigindo alguma coisa com relação a este assunto ou lançar um artigo caso fosse preciso.
Porém, poucos dias depois do lançamento do episódio, o Marco Zehe, representando a Mozilla, corroborou o que já havíamos trazido em primeira mão para nossos ouvintes. Isso faz o trabalho árduo de checagem, produção, edição e tudo o mais valer a pena. Agora sim, todos os envolvidos tinham se pronunciado.
Quando uma percepção é corroborada pelas partes envolvidas, já não se trata mais de uma percepção. Temos uma notícia checada e, portanto, é nossa obrigação, como produtores sérios que tentamos ser, dar-lhe o destaque devido, independentemente de nossa própria percepção sobre o assunto.
Isso significa que precisamos concordar com esta notícia? De maneira alguma. Nossa percepção ou opinião podem ser contrárias, e podemos simplesmente discordar ou mesmo ignorar as recomendações. Mesmo assim, quando temos uma notícia, mesmo que dela discordemos, não podemos nos dar ao luxo de não publicá-la. Podemos, e se acharmos que seja o caso o faremos, discordar de algo. Sendo este o caso, noticiaremos o fato objetivamente e depois, deixando claro que se trata apenas de nossa opinião, teceremos comentários explicando a razão de discordarmos.
Para encerrar, posto que precisávamos noticiar, faltava apenas lançar um último aviso pedindo que, pelo sim ou pelo não, quem se preocupa com produtividade e não quer arriscar, aguarde até a versão 68 ou de preferência até a 69 quando, de acordo com o próprio Marco Zehe, as coisas devem estar quase de volta ao normal.

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Para mais detalhes, consulte a página de direitos autorais do portal.

3 comentários

  • wellington de castro

    Olá!

    conheci esse site recentimente e estou gostando do que estou vendo e ouvindo aqui.

    • Olá Wellington,

      Ficamos muito contentes que você tenha gostado de nosso conteúdo.

      Sinta-se a vontade para ouvir e ler os materiais anteriores, a grande maioria deles ainda é muito atual e, graças a Deus, procuramos sempre produzir artigos e podcasts bastante relevantes.

      Sinta-se, também, a vontade para nos enviar e-mails com críticas e sugestões, nos seguir nas redes sociais, assinar o rss e o podcast nas suas plataformas preferidas e, se você quiser, contar para mais pessoas sobre o trabalho que estamos fazendo já faz mais de dois anos e, assim, nos ajudar a fazer da tecnologia assistiva algo cada vez mais ao alcance de todos!

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